Jovens rolantenses mostram que é possível permanecer no campo e viver bem

Não é de hoje que as agroindústrias do município de Rolante vêm servindo de modelo para a região do Vale do Paranhana, Vale dos Sinos, para o Rio Grande do Sul, muitos outros estados brasileiros e, até mesmo, para outros países.

É comum chegarem excursões dos mais diferentes lugares para conhecer as Vinícolas que integram o Caminho das Pipas e agora, também, a Casa de Massas da família Sperafico, os Embutidos D’Born e Dona Alzira Produtos Coloniais.

As agroindústrias chegaram neste patamar em função do suporte técnico que recebem da Emater desde o desenvolvimento do projeto até a implantação, e em virtude do apoio na parte de infraestrutura recebido da Prefeitura de Rolante, através da Secretaria Municipal de Agricultura, e Secretaria do Planejamento ( Planta) que possibilita que os produtores cumpram todos os trâmites exigidos para regularizar seus empreendimentos e permaneçam no campo, trabalhando com o que gostam e obtendo uma boa fonte de renda.

E foi pensando nisto, em viver no lugar que gostam, trabalhando em família, que dois jovens amigos e vizinhos, resolveram investir em duas agroindústrias na localidade de Fazenda Fleck.

Embutidos D’Born

Os Embutidos D’Born, que hoje servem de referência no curso de Gerenciamento e Gestão da Agroindústria da Emater, começou suas atividades em setembro de 2012, depois que Danilo Born, animado com os elogios que a família ganhava dos amigos pelos salames e linguiças que fazia para o consumo próprio, resolveu investir de verdade na área.

No início eram produzidos três tipos de embutidos e agora já existem várias opções: salame tipo italiano; mortadela tipo alemã defumada; linguiça mista; linguiça frescal; linguiça pura e defumados.

A agroindústria gera oito empregos, sendo seis diretos e dois indiretos.

Dona Alzira Produtos Coloniais

Dona Alzira Produtos Coloniais foi criada há nove meses e, em menos de um ano, é motivo de muito orgulho para o jovem César Augusto Machado, 26, que tinha o sonho de voltar a morar na propriedade da família e tirar dali o seu sustento.

“Fiz o caminho inverso: saí daqui, fui morar na cidade, depois acabei indo para Igrejinha, trabalhar como calçadista, mas sempre senti muita falta de estar aqui, na nossa propriedade. Minha mãe trabalhava com panificação há muito tempo, mas informalmente. Acabou indo para a cidade, construiu um forno de barro e começou a fazer os pães e cucas e vender lá todos os dias. Ela fazia e minha irmã entregava. Meu pai ficava na roça. Então há dois anos resolvi voltar e encarar este desafio de abrir a nossa agroindústria”,comenta Machado.

A agroindústria foi construída e equipada com recursos da família e financiamentos através do Pronaf Agroindústria, e do programa Feaper. Ao longo destes nove meses já conseguiram mais um Pronaf para adquirir uma Fiorino para fazer a distribuição dos produtos.

César Machado e a mãe, Marliza Machado, 56, com o auxílio de um funcionário, produzem 150 unidades de pão de milho, pão sovado e cuca por dia e 500 unidades de mini-pizza e pastel por semana.

A produção é realizada pela manhã e à tarde é feita a entrega.

“Estou muito feliz por estar de volta. Isto tudo só se tornou realidade pelo incentivo do Danilo, que já tinha conseguido abrir a agroindústria dele, e pelo apoio constante da Emater”, salienta Machado.