Rolante realiza a II Semana da Luta Antimanicomial de 20 a 24 de maio

O município de Rolante realiza a II Semana da Luta Antimanicomial de 20 a 24 de maio, com Encontro Macrometropolitano de Caps I e Caps II no dia 24.

O evento, promovido pela Prefeitura de Rolante, através da Secretaria Municipal de Saúde, Coordenação de Saúde Mental e Caps, busca envolver diferentes setores da cidade, usuários e trabalhadores de toda a rede de atendimento à saúde.

A II Semana da Luta Antimanicomial de Rolante tem como intuito, também, comemorar os oito anos de funcionamento do Caps Vida Nova de Rolante.

A programação começa no dia 20 de maio, às 13h30, no Salão Cristo Rei, com o Fórum Itinerante do Paranhana, composto por oficinas, apresentação de musical, apresentação do curta “Eu conheço Abel”, e discussões. O Fórum tem como público-alvo usuários e trabalhadores do Caps. A abertura oficial do evento será realizada no dia 20, às 20h, na Câmara de Vereadores.

A programação prossegue no dia 21, com a apresentação de curtas-metragens e debates sobre escolhas de vida, álcool e outras drogas, às 21h, na Sociedade de Canto Carlos Gomes.

No dia 22, às 14h, será realizada a Roda de Conversa “O cuidado em saúde mental na atenção primária”, no auditório da Escola Adventista, voltada para a rede de atendimento à saúde – Estratégia de Saúde da Família, Conselho Tutelar, Assistência Social e Fundação Hospitalar de Rolante.

No dia 23, às 14h, “Brincadeiras para quem vive uma vida inteira”, na Praça da Matriz, voltado para crianças e adolescentes do Caps. Às 19h, na Sociedade de Canto Carlos Gomes, “Nos fios de uma rede inclusa”, voltado à rede de ensino.

No dia 24, às 10h, na Sociedade de Canto Carlos Gomes, será realizado o Encontro Macrometropolitano de Caps I e Caps II – “A saúde mental na gestão pública”, tendo como público-alvo prefeitos, vereadores, secretários municipais de Saúde, coordenadores de Saúde Mental, Estratégia de Saúde da Família e trabalhadores de Saúde Mental. Às 14h o tema será “O desafio do  cotidiano do trabalho no Caps”, voltado para trabalhadores em Saúde Mental e comunidade em geral.

O evento encerra na sexta-feira, 24, com um ato oficial, às 19h, seguido de show com a Banda Mega Loucos, na rua coberta.

A II Semana da Luta Antimanicomial de Rolante é uma realização do Caps Vida Nova, com apoio da Prefeitura de Rolante, Câmara de Vereadores, Secretaria Municipal da Saúde,  Secretaria Municipal de Educação e Esportes, Governo do Estado, Sicredi,  Escola Adventista de Rolante, Karisma FM, Salão Paroquial Cristo Rei, Edson Veículos, Espaço D’Festas e Academia Physical Center.

 

Contextualizando a Luta Antimanicomial – Enfermeira coordenadora do Caps Vida Nova – Márcia Besson

O Movimento Antimanicomial , também conhecido como Luta Antimanicomial, se refere a um processo de transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e internacionais, que tencionou uma ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, pra que fosse  garantido o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade. Esta  luta social  durou 12 anos, batalhando pelos direitos humanos daqueles que viviam segregados, sem o mínimo cuidado humanizado. Como processo decorrente deste movimento, temos a Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10216 de 2001, como diretriz de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do tratamento que se concentrava na instituição hospitalar (Manicômios,hospícios) para uma Rede de Atenção Psicossocial, ou seja: CAPS, Estratégia de Saúde da Família,Conselho Tutelar, Assistência Social, Hospital Geral, Secretaria de Educação, estruturada com serviços comunitários e abertos, que promovam o cuidado integral e humanizado aqueles que sofrem com algum transtorno mental. Significa a mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade.

              O Movimento Antimanicomial tem o dia 18 de maio como data de comemoração no calendário NACIONAL Brasileiro, e também está no Calendário Municipal de Eventos de nosso Município, desde o ano passado (2012), quando lançamos a I SEMANA DA LUTA ANTIMANICOMIAL DE ROLANTE, com isso, buscamos trazer visibilidade para o trabalho desenvolvido no CAPS, propondo a desmistificação da loucura e colocando  este tema na “roda de conversa”  nas comunidades, desta forma fazendo eco em nossa  cidade e também no Cenário Estadual, o que amplia e  fortalece nossas discussões e luta para manter  o  nosso compromisso de lançar e promover o olhar cuidadoso para a Saúde Mental e toda a sua proposta de cuidado integral.

            Segundo os estudos do Dr.Paulo Amarante, (coordenador do livro Loucos Pela Vida: a Trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil) , A Política pública de saúde mental é um processo político e social complexo, composto de participantes, instituições e forças de diferentes origens que acontece em diversos territórios. É um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, e é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da política avança, passando por tensões, conflitos e desafios. 

            Buscando envolver diferentes setores da cidade, usuários e trabalhadores de toda rede de atendimento à saúde, a Prefeitura de Rolante, Secretaria Municipal de Saúde, Coordenação de Saúde Mental e CAPS, convidam a todos a lançar seu olhar pra esta causa e participar da Comemoração do oitavo aniversário do CAPS de Rolante e II SEMANA DA LUTA ANTIMANICOMIAL DE ROLANTE DE 20 A 24 DE MAIO. Neste ano, articulada com a Coordenação Estadual de Saúde Mental, trazem a Rolante, dentro da semana da Luta, o Encontro de CAPS I (Municípios até 20 mil habitantes) e CAPS II (Municípios a partir de 70 mil habitantes) da Região Macrometropolitana de saúde, que compreende em média de 42 municípios.

            O objetivo deste encontro é de fortalecer as discussões sobre a Saúde Mental com gestores (Secretários de Saúde, Vereadores, Prefeitos, Coordenações de Saúde...) e fomentar com os trabalhadores da Saúde Mental destes municípios discussões técnicas sobre “O desafio do cotidiano do trabalho no Caps”, e imprimir  encaminhamentos para eixos temáticos a serem abordados no Encontro Estadual de CAPS que acontecerá ainda este ano, (Local a ser definido).                                    

Referências:           

        A      Política Nacional de Saúde Mental


  O Governo brasileiro tem como objetivos:
- Reduzir de forma pactuada e programada os leitos psiquiátricos de baixa qualidade,
- Qualificar, expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) e     Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais (UPHG),
- Incluir as ações da saúde mental na atenção básica,

- Implementar uma política de atenção integral voltada a usuários de álcool e outras drogas, através da proposta da estratégia do ‘Cuidado que eu preciso”...
-Implantar o programa "De Volta Para Casa",
-Manter um programa permanente de formação de recursos humanos para                    reforma psiquiátrica,
- Promover direitos de usuários e familiares incentivando a participação no cuidado,
- Avaliar continuamente todos os hospitais psiquiátricos por meio do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/ Psiquiatria.

Cenário atual


• Tendência de reversão do modelo hospitalar para uma ampliação significativa da rede extra-hospitalar, de base comunitária;
• Entendimento das questões de álcool e outras drogas como problema de saúde pública e como prioridade no atual governo;
• Ratificação das diretrizes do SUS pela Lei Federal 10.216/01 e III Conferência Nacional de Saúde Mental.

Dados importantes
• 3% da população geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes;
• mais de 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas;
• 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual;
• 2,3% do orçamento anual do SUS é destinado para a Saúde Mental.

Desafios
• Fortalecer políticas de saúde voltadas para grupos de pessoas com transtornos mentais de alta prevalência e baixa cobertura assistencial;
• Consolidar e ampliar uma rede de atenção de base comunitária e territorial promotora da reintegração social e da cidadania;
• Implementar uma política de saúde mental eficaz no atendimento às pessoas que sofrem com a crise social, a violência e desemprego;
•Aumentar recursos do orçamento anual do SUS para a Saúde Mental.

(Dados Ministério da Saúde, Brasil)