Essencial para o bem-estar da população, a saúde mental tem sido uma das áreas mais sensíveis à todas as mudanças provocadas pelo novo coronavírus. Afinal de contas, como lidar com a insegurança e ansiedade em torno do futuro, com os medos de contrair o vírus, com a solidão do isolamento social necessário?
A partir da reabertura do comércio e empresas, ainda no mês de abril, os atendimentos individuais no CAPS não pararam mais. Pelo contrário, a demanda de trabalho aumentou. Semanalmente, a equipe formada por psiquiatra, psicólogas, enfermeira, técnica de enfermagem e outros tem se desdobrado para atender os novos pacientes que chegam, em sua grande maioria, adolescentes. De acordo com a Coordenação do CAPS, a demanda maior foi verificada no mês de junho.“Além dos que já atendíamos, aumentou muito a procura. A pandemia tem ajudado as pessoas a se desorganizar, gerando assim muita ansiedade, preocupações com a vida financeira, medos e muitos até mesmo com ideação de suicídio”, alerta a coordenadora Linara Renck.
De acordo com o psicólogo Roberto de Oliveira, no caso dos adolescentes, as privações impostas pela pandemia, como o rompimento da rotina das aulas, dos eventos, tem dificultado a fase que já é considerada especial. “Eles se revoltam de várias maneiras. Pais e filhos agora juntos em casa. Às vezes não conseguem construir algo em família e a discórdia aumenta. E cada um é fruto do meio em que vive. A gente tem explicado a eles que a questão da adolescência é uma fase intermediária, e que muito do que estão sentindo é próprio da fase”, explica. E orienta a família: “o adolescente precisa ser ouvido. Precisa de pais compreensivos e estáveis. Eles vão questionar, mas os pais precisam suportar esse baque, pois eles buscam, ao mesmo tempo, maneiras de se espelhar nos pais. É preciso ter calma e paciência”, orienta Roberto.
Busca por ajuda com os idosos também aumenta
Outra faixa etária bastante afetada pela pandemia é a terceira idade. Filhos adultos têm buscado no CAPS amparo e aconselhamento sobre o que fazer, e como lidar com os pais idosos. “Costumo dizer que a perda atual pode remeter a outras perdas. Quando a gente percebe que é o momento, a gente procura esclarecer que os governos estão se organizando na busca de uma vacina, e, mais dia, menos dia, isso vai passar. Outra dica é que desliguem a TV, e que procurem fazer coisas que gostam para passar o tempo”, orienta o psicólogo.
Com relação às crianças, a dica do Dr. Roberto é, da mesma forma, protegê-los da enxurrada de informações oriundas dos meios de comunicação, em especial a televisão. “O que eles assistem, fica no imaginário delas”, alerta.
Resiliência e Esperança
Embora o momento atual seja difícil para todos, em especial os mais afetados pelo desemprego ou com complicações na área da saúde, o CAPS tem procurado orientar as pessoas a não perder a esperança. “Parece que é dado mais ênfase pela mídia na questão das mortes, mas não podemos nos esquecer dos tantos mais que se curam. Com relação ao desemprego, nós nunca passamos por uma situação dessas, ela é única e afetou o mundo inteiro. O que a gente tem que passar pras pessoas é a questão da esperança, elas não podem perder a resiliência”, finaliza o psicólogo.
Oficina de Culinária em formato virtual
Desde o início da pandemia, as tradicionais oficinas de música, artesanato, Andarilha (de passeios) acabaram senso suspensas. A única que está funcionando, e de forma virtual, é a oficina de culinária. A nutricionista Ana Paula Nascimento dos Santos, com a ajuda da Técnica Lidiane Petry, grava as receitas e publica na página do CAPS no Face, beneficiando não somente os usuários, como todos os amigos da Rede Social Facebook/CAPS Vida Nova Rolante RS
Segunda a Quinta-feira das 08 às 12h,
Sexta-feira das 08h às 13h.
Fone: (51)3547-1188
Av. Getúlio Vargas, 110, Centro
Rolante/RS - CEP: 95690-000