Foco de raiva bovina mobiliza entidades de Rolante

O secretário municipal da Agricultura de Rolante, Jair Fleck, reuniu-se com os médicos veterinários da Secretaria da Agricultura do Estado, Davi Cunha e Marcelo Simon Caureo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Leandro Rossi, engenheira agrônoma da Emater, Rosane Renck, e os médicos veterinários do Serviço de Inspeção Municipal, Rafael Duarte e Gabriela Javornik, na última terça-feira, 20, para discutir estratégias de combate à raiva bovina detectada.
"É importante divulgar para todos os criadores que vacinem os animais contra raiva. A raiva não tem cura. O ser humano deve eivtar contato contato com animais suspeitos", salienta Fleck.
A raiva é uma encefalite aguda viral transmitida através da mordedura de animais doentes e portadores, e que se caracteriza por um quadro neurológico fatal. Também conhecida como hidrofobia, a raiva é uma zoonose e o profissional responsável pelo seu controle é o médico veterinário.
Estima-se que a raiva seja responsável pela morte de cerca de 50.000 bovinos por ano no Brasil. A raiva bovina é geralmente transmitida pela mordedura de morcegos hematófagos, que atuam como portadores, reservatórios e transmissores do vírus da raiva. No Brasil, a espécie mais importante na transmissão do vírus é a Desmodus rotundus.

O vírus da raiva encontra-se em grande concentração na saliva do animal e a transmissão ao homem e aos animais geralmente se efetua por mordedura, via transcutânea, através da penetração do vírus contido na saliva do animal infectado e mais raramente pela arranhadura e lambedura das mucosas. Além destas vias, pode ocorrer a transmissão pela via aerógena (pelo ar) em profissionais que trabalham em laboratórios ou em cavernas de morcegos.
O período de incubação (tempo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas) no homem e nos animais é muito variável podendo ser de alguns dias a meses. Estes períodos variam com a localização e gravidade da lesão.

Sinais Clínicos nos Herbívoros (bovinos): Passado o período de incubação, podem surgir diferentes sinais da doença, sendo a paralisia o mais comum, porém pode ocorrer a forma furiosa, levando o animal a atacar outros animais ou seres humanos. O sinal inicial é o isolamento do animal, que se afasta do rebanho, apresentando certa apatia e perda do apetite, podendo apresentar-se de cabeça baixa e indiferente ao que se passa ao seu redor. Seguem-se outros sinais, como aumento da sensibilidade e prurido (coceira) na região da mordedura, mugido constante, tenesmo, hiperexcitabilidade, aumento da libido, salivação abundante e viscosa e dificuldade para engolir (o que sugere que o animal esteja engasgado). Com a evolução da doença, apresenta movimentos desordenados da cabeça, tremores musculares e ranger de dentes, midríase (pupila dilatada), incoordenação motora, andar cambaleante e contrações musculares involuntárias. Após entrar em decúbito, não consegue mais se levantar e ocorrem movimentos de pedalagem, dificuldades respiratórias, opistótono, asfixia e finalmente a morte, que ocorre geralmente entre 3 a 6 dias após o início dos sinais, podendo prolongar-se, em alguns casos, por até 10 dias.

Uma vez iniciados os sinais clínicos da raiva, nada mais resta a fazer, a não ser isolar o
animal e esperar sua morte.

Nunca se deve aproveitar para consumo a carne de animais com suspeita de raiva. A manipulação da carcaça de um animal raivoso oferece risco elevado. Deve-se ter extrema cautela ao lidar com animais suspeitos, pois pode haver perigo quando pessoas não preparadas manipulam esses animais ou introduzem a mão na boca dos animais. Caso isso ocorra, deve-se procurar imediatamente um Posto de Saúde para atendimento.
A raiva é uma doença de notificação compulsória, devendo casos suspeitos serem informados à inspetoria veterinária o mais rapidamente possível para a realização de estratégias de controle e prevenção evitando assim a ocorrência de novos casos e óbitos.

Mais informações sobre a doença podem ser obtidas junto à Inspetoria Veterinária pelo fone 3547-1639 ou com as entidades que participaram da reunião.